segunda-feira, 1 de julho de 2013

A Rainha do Crime

Na literatura há diferentes tipos de narrativas, no entanto, a que eu mais gosto é o romance. Talvez seja pelo fato dele apresentar várias personagens envolvidas entre si, por uma trama conflituosa que gradativamente vai construindo o enredo. Por meio de uma perspectiva panorâmica podemos perceber que novos tipos de narrativas foram sendo criadas, permitindo a abertura de lugares não explorados. Foi dessa forma que o Romance Policial conquistou seu espaço nas narrativas, modificando-se conforme a sociedade que o contextualiza.

Neste gênero literário, os escritores mais tradicionais (os “clássicos”)  que tiveram algumas de suas obras recriadas ao estilo Pastiche, são os de nacionalidade inglesa. (Pastiche é a imitação de um estilo ou de vários estilos. O livro de Jô Soares, O Xangô de Baker Street, é um Pastiche de Sherlock Holmes). Hoje, quero falar sobre a escritora inglesa que é referência em Romance Policial, Agatha Christie. Possuindo um histórico de causar inveja em qualquer escritor, Agatha é autora de oitenta romances que foram traduzidos para 45 idiomas. Ou seja, a “bagagem” dela é bem pesada...

Quando um querido leitor (Thyago) deste blogger me disse de forma direta que gostava de Agatha Christie, eu entendi o recado e cuidei logo em fazer a postagem. Porém, fazia muito tempo que eu não lia nada da escritora em questão. Então, tratei logo de refazer a leitura optando pelos livros: O Natal de Poirot e Assassinato no Expresso do Oriente. Ambos possuem o inteligente e mais famoso personagem criado por Agatha, Monsieur Poirot.
Para fazer a leitura e entra no clima do suspense, escolhi ler os livros durante a madrugada, melhor horário para um silêncio absoluto e uma pequena claridade, além de ser um clima propício para uma leitura carregada de intrigas, mentiras, espanto, mistério, medo, morte... Agatha Christie me envolveu em uma trama condensada, me senti encantada e traída por uma desordem misturada com falsos indícios e detalhes minuciosos que passaram despercebidos. O enredo é construído com a genialidade de quem conhece o assunto, desmistificando o crime perfeito e causando-me uma sensação de que um ato fora do comum (um crime)  que atinge o bem estar social, deve ser punido. 
Há na trama algo que nos remete a realidade, essa sensação é percebida por causa da verossimilhança entre os assuntos que são recorrentes da sociedade e a cientificidade utilizada pelo detetive para desvendar o caso. No fim consegui compreender o porquê de tanto sucesso. Agatha Christie deixou sua criação literária registrada na história da literatura, atribuindo-lhe uma característica de cânone por sobreviver às modificações sociais. 

Beijos!






6 comentários:

  1. comentar suas análises é um grande risco, se a romancista fez um grande trabalho, não menor é o seu na apresentação concisa, objetiva e mesmo assim detalhada.

    bjs

    ResponderExcluir
  2. Lembro de ter lido apenas dois contos de Agatha Christie no livro "Os diários secretos", como: "O Incidente da Bola de Cachorro" e a "A Captura de Cérbero".O interessante é que estes dois livros são rascunhos da escritora escritos à mão, descobertos 28 anos após sua morte, totalizando em 73 cadernos... O gênero romance policial é um dos meus preferidos e Agatha Christie foi uma escritora e é para mim uma grande referencia.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Parabéns... Estes livros maravilhosamente sedutores!!
    Interpretação perfeita!!

    ResponderExcluir