Uma forma simples de compreender a inquietude de Kafka
Tenho que confessar publicamente meu
amor pelo dono das orelhas mais charmosas que já vi: Franz Kafka! Okay, okay!!!
Deixando de lado a brincadeira.... Nesta semana eu estava observando a pintura
de um certo artista expressionista (estilo que define e reproduz a realidade de
maneira “deformada” e inquieta) quando foi citado como exemplo literário nesse
estilo, o próprio Kafka. Para quem não sabe, meu “caso” com Kafka iniciou na
adolescência e aprofundou-se na faculdade quando apresentei um seminário analisando
uma de suas obras. Alguns meses depois ganhei uma biografia em forma de romance
chamada Kafka e a marca do corvo, da escritora Jeanette Rozsas. Tudo
bem que a autora da biografia tem uma escrita deliciosa, durante sete horas
seguidas só parei a leitura quando suas páginas foram encerradas. Enfim... Minha
sentença de amor foi cravada!

Mesmo com a saúde sempre debilitada
alternando entre um sanatório e outro, Kafka adorava escrever e não deixava que
nada lhe impedisse de exercer o ofício que tanto amava. Certa vez ele disse: “Tudo que não é literatura me aborrece”. Todas as coisas que ele escreveu é a
soma ou melhor, o resultado dos conflitos de seu cotidiano, relacionamento
frustrante com o pai além dos eventos e exigências sociais. Gosto de considerar
que em alguns momentos sua vida virou o “expressionismo em si” onde a realidade
tornou-se tão inquieta que foi inevitável não escrever sobre.
Outro ponto que precisamos saber é
que suas obras são parecidas em muitos aspectos, por exemplo: Universo repleto
de angustia e opressão onde o indivíduo está sozinho diante da justiça, poder,
burocracia e sociedade acrescentando que em muitos casos tudo parece hostil e
confuso. Pois é, para quem acompanha o noticiário diariamente deve pensar que são
semelhanças muito parecidas com a realidade que nos cerca. E para quem chegou a essa conclusão, posso garantir que você acertou. Kafka possui obras repletas de
reflexões que ainda podem ser contextualizadas e dialogadas em pleno século XXI, atribuindo ao
escritor uma característica de cânone literário. A maior parte de suas obras
(contos, novelas, romances, cartas e diários) foram publicadas postumamente, e
seu merecido reconhecimento aconteceu da mesma forma.
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